15 de abril de 2010

Terminando o que comecei

Normalmente escrevo sobre o que li.

Hoje, vou escrever sobre outra coisa, que foi muito legal e também teve muito proveito pedagógico.

Sábado 11/04/2010 eu participei de uma mini aventura (http://extremosaventura.blogspot.com/) que consistiu em percorrer 20km entre pedaladas em solo acidentado, ladeiras e muita lama, trekking, e um pouco de natação, com mapa e bússola na mão pra não se perder, pois o roteiro não é conhecido.

Eu nunca havia pedalado por mais de 1km na minha vida. Nunca havia sequer andado numa bike com marchas na minha vida. Nunca tinha feito trekking na mata, com lama e todo tipo de solo, montes etc...nunca tinha sequer olhado uma bússula (só recentemente quando ganhei meu iphone que vem com uma, mas que eu nunca tinha usado).



Essa mini-aventura foi pensada justamente para iniciantes, mas eu lá descobri que eu era o iniciante mais mal preparado. Os iniciantes que ali estavam pelo menos pedalavam em rua, eram professores de educação física etc...eu era o pior competidor da prova, indubitavelmente!


Isso sem contar com o material que, no meu caso, era todo emprestado. A única coisa que eu comprei foi um short daquele tipo segunda pele que os jogadores de futebol usam em baixo do calção, pra não ficar assado. O resto (bike, luva, capacete, etc) um amigo conseguiu pra mim.


Some-se a isso o fato de você ter que carregar uma pequena bolsa com fruta, água, carboidrato etc para repor as energias durante a prova e eventuais emergências, guardar mapa, bússola, etc...


Mas havia um detalhe fundamental: a prova era por equipe! A minha equipe era formada por Fernandes, que tinha alguma experiência e Ayron, que é professor de educação física, além de mim. Eu só os conheci no dia da prova (minutos antes), pois a idéia nesse evento era instigar os iniciantes...


Exatos 5 minutos antes da largada (tinham mais de 80 atletas aventureiros) Fernandes me deu uma aula sobre bike, marchas, sela, posições e partimos para os primeiros 4 km...como estava no início agüentei forçando muito a barra e tentando manter o ritmo da equipe...lá chegando, largamos a bike e começamos a corrida...


Com menos de 200 metros eu cai e quase apaguei...achei que ia desmaiar ou mesmo morrer...mas o que mais pesava em mim era a raiva que e estava sentindo por prejudicar a corrida dos meus recém conhecidos parceiros de equipe...eu sou competidor mesmo...isso me dava mais desespero. É que nessa prova se uma equipe chegar sem um de seus componentes, está desclassificada...ou seja, a prova deles dependia de mim...mas eu estava decidido a ficar ali deitado no chão, pelo menos pelas próximas duas horas!

Aí foi que os ensinamentos começaram...Fernandes esperou que eu me acalmasse um pouco e disse que isso tinha acontecido com ele na sua primeira prova...me deu uma pasta de carboidrato...esperou que a minha consciência voltasse ao normal e disse pra gente continuar, devagar e que, a qualquer momento que eu quisesse, pararíamos, nem que a gente precisasse de 10 horas pré terminar a prova...


Nervoso e sem ar eu não tinha condições de decidir nada. O primeiro ensinamento está aí...quando eu me acalmei e retomei forças, pude pensar com mais claridade!


Continuamos...faltavam mais 16km...fizemos o trekking de 6km...essa parte foi tranqüila...estávamos no meu ritmo...eu comi uma banana e me hidratei bem...achei massa usar a bússola e mapa...pegamos a bike de novo e fomos pra mais 6km de bike em direção do açude...
Meus pesadelos voltaram...antes de chegarmos no Km13 da prova eu já estava com batimento a mais de 200 bpm e parei...Fernandes e Ayron passaram a quase me empurrar na bike pra que eu pedalasse o menos possível...nas subidas eu descia e andava carregando a Bike...teve um tempo que eu simplesmente andei empurrando a bike de tão cansado...e aí, outro ensinamento.
Estar com amigos (equipe) é muito importante. Se não fosse pelo apoio emocional e físico dos meus parceiros eu não teria chegado ao fim.


Chegamos no Açude pra um refrescante mergulho na lama. Meu cabelo ficou podre, mas deu uma força extra pra o resto dos 4km que faltavam...naquele momento, com o final se aproximando, a alegria retornou ao rosto...último ensinamento...




Terminar as coisas é muito bom...ruim é deixar as coisas pela metade...


Cheguei cansado...prejudiquei meus parceiros que, sem a minha presença, teriam terminado a prova em duas horas...fizemos em mais de três horas...mas a equipe celebrou comigo...


Ontem (terça-feira), dois dias depois do evento, achei que não ia conseguir treinar...mas corri direitinho...


Percebi que esse foi o meu maior post...rsrsrsrs...pra vermos a diferença entre o que se aprende lendo e o que se aprende vivendo...rsrsrsrs

14 de abril de 2010

Sobre Paternidade



Ganhei da minha esposa um livro, do Hernandes Dias Lopes. Achei que ia demorar um pouco a ler, mas acabei ele em dois dias. É pequeno, simples, mas bem objetivo.


Ele comenta sobre os desafios de ser “Pai”, a partir de exemplos bíblicos, como os relatos sobre o sacerdote e juiz ELI, depois o Rei DAVI, depois JÓ, e depois comenta o Salmo 128 e o texto de Malaquias sobre a conversão do coração dos pais aos filhos e vice-versa.


Vejam esse trecho:


“Muitos daqueles que colhem os maiores louvores fora de casa colecionam, ao mesmo tempo, os maiores fracassos dentro da família.”


Eu sei que há exceções, e por isso o autor escreveu “muitos” ao invés de “todos”. Mas basta pensarmos um pouco e veremos que a frase está correta.
12 de abril de 2010

Viva a Ressurreição


O post anterior e este são pequenos trechos de um excelente livro que eu acabei de ler, de Eugene Peterson.


"Uma das grandes jogadas do Diabo é fazer os cristãos pensarem que são leigos."


Na mesma linha de pensamento ele diz:


"A formação espiritual não deve e nem pode ser profissionalizada. Ela é algo que acontece essencialmente na presença de amigos, de iguais."


Por alguma razão a minha geração não consegue entender isso e há uma dependência muito prejudicial de líderes...em algumas comunidades, de líderes liturgicamente ordenados.

A semana passada eu fui testemunha de um casamento (na verdade, renovação de votos) de um casal amigo, da minha comunidade. Ali, percebi claramente, que a formação espiritual se dá na presença de amigos, de iguais, que sofrem juntos, se alegram juntos e se edificam mutuamente.

6 de abril de 2010

Reflexões sobre o corre corre da vida moderna

"Não procurem nas nações ocidentais um modelo de desenvolvimento. Eles sabem fazer as coisas, mas não sabem conviver com elas. Atingiram um nível tecnológico impressionante, mas esqueceram de como os filhos devem ser criados."


"A formação espiritual se transforma em hiperatividade moral ou em competição religiosa"