26 de fevereiro de 2010

Pastores gostam de convívio; lobos gostam de reuniões.


Acabei de ler um excelente livro. É uma coletânea de artigos de Osmar Ludovico.

"Meditatio" é o título do livro. São reflexões bem coesas e objetivas.

Abaixo segue algo que extraí do livro:


Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam pelas vidas das ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos. No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.

Pastores buscam o bem de suas ovelhas; lobos buscam os bens das ovelhas.

Pastores gostam de convívio; lobos gostam de reuniões.

Pastores vivem a sombra da cruz; lobos vivem a sombra de holofotes.Pastores choram pelas suas ovelhas; lobos fazem suas ovelhas chorar.

Pastores tem autoridade espiritual; lobos são autoritários e dominadores.

Pastores tem esposas; lobos têm co-adjuvantes.

Pastores tem fraquezas; lobos são poderosos.

Pastores olham nos olhos; lobos contam cabeças.

Pastores apaziguam as ovelhas; lobos intrigam as ovelhas.

Pastores tem senso de humor; lobos se levam a sério.

Pastores são ensináveis; lobos são donos da verdade.

Pastores tem amigos; lobos têm admiradores.

Pastores se extasiam com mistério; lobos aplicam técnicas religiosas.

Pastores vivem o que pregam; lobos pregam o que não vivem.

Pastores vivem de salários; lobos enriquecem.

Pastores ensinam com a vida; lobos pretendem ensinar com discursos.

Pastores sabem orar no secreto; lobos só oram em público.

Pastores vivem para suas ovelhas; lobos se abastecem das ovelhas.

Pastores são pessoas humanas; lobos são personagens religiosos caricatos.

Pastores vão para o púlpito; lobos vão para o palco.

Pastores são apascentadores; lobos são marqueteiros.

Pastores são servos humildes; lobos são chefes orgulhosos.

Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas; lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.

Pastores apontam para Cristo; lobos apontam para si mesmos e para a instituição.

Pastores são usados por Deus; lobos usam as ovelhas em nome de Deus.

Pastores falam da vida cotidiana; lobos discutem o sexo dos anjos.

Pastores se deixam conhecer; lobos se distanciam e ninguém chega perto.

Pastores sujam os pés nas estradas; lobos vivem em palácios e templos.

Pastores alimentam as ovelhas; lobos se alimentam das ovelhas.

Pastores buscam a discrição; lobos se autopromovem.

Pastores conhecem, vivem e pregam a graça; lobos vivem sem a lei e pregam a lei.

Pastores usam as escrituras como texto; lobos usam as escrituras como pretexto.

Pastores se comprometem com o projeto do reino; lobos têm projetos pessoais.

Pastores vivem uma fé encarnada; lobos vivem uma fé espiritualizada.

Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas; lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas; lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.

Pastores confessam seus pecados; lobos expõem o pecado dos outros.

Pastores pregam o Evangelho; lobos fazem propaganda do Evangelho.

Pastores são simples e comuns; lobos são vaidosos e especiais.

Pastores tem dons e talentos; lobos têm cargos e títulos.

Pastores são transparentes; lobos têm agendas secretas.

Pastores dirigem igrejas-comunidades; lobos dirigem igrejas-empresas.

Pastores pastoreiam as ovelhas; lobos seduzem as ovelhas.

Pastores trabalham em equipe; lobos são prima-donas.

Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo; lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.

Pastores constroem vínculos de interdependência; lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.

Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-los do aviso de Jesus Cristo.


*Guardai-vos dos falsos profetas, que vêem a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores*". (Mateus 7:15)
8 de fevereiro de 2010

EM BUSCA DE UMA FÉ QUE É REAL

Em busca de uma fé que é real. Esse é o título do livro que acabei de ler, de Brian McLaren.

Há algum tempo postei o seguinte:

"As pessoas não querem conversa, querem encarnação, já que não procuram a verdade, mas o que é real!"

Escrevi isso com base no que li no livro “Evangelização no Mercado Pós-Moderno, de Robson Ramos, Editora Ultimato.

Quando escrevi, certamente estava fazendo uma reflexão sobre a pós-modernidade e sua cosmovisão predominante.

Mas eu não lembro de ter pensado que eu mesmo sou assim, buscando o que é real e não o que eu sei que é verdade.

Em outras palavras, eu creio e tenho firme convicção de muitas verdades, pela fé, mas muitas vezes isso não me é suficiente como alimento, porque eu não faço a verdade ser real, ou não sinto a verdade ser real, ou não vejo a verdade ser real.

Esse livro de Brian McLaren me ajudou muito.

A verdade se torna real primeiro quando eu abandono falsos conceitos que aprendi a vida inteira, quando passo a conhecer o Jesus das Escrituras, em oposição ao Jesus pregado pelos tele-evangelhistas; ao Jesus "pichado" nos muros; ao Jesus dos "chavões" evangélicos; ao Jesus branco dos olhos azúis e triste dos filmes; ao Jesus das músicas medíocres que enchem as igrejas e rádios.

Isso significa que eu deverei correr atrás das minhas responsabilidades. Cristo vive em mim? Como faço para torná-lo real?

Acho que cabe mais a mim do que a Deus. A cada dia entendo que minhas responsabilidades aumentam.