30 de julho de 2010

Salema me ensinou que cristãos sofrem e choram, mas são consolados.



Em outro post eu disse que esta motivado a ler romances. Pois é...encontrei um, muito legal, que é "O Livro de Salema".

Eu adorei o livro, mas confesso que durante a leitura eu pensei que Paula iria gostar ainda mais.

Além de uma história boa, o livro proporciona (como pano de fundo) que o leitor se lembre de que DEUS também age de forma sobrenatural (ainda hoje).

Ainda, o leitor que estiver reclamando de barriga cheia, porque não tem isso ou aquilo outro, leva uma tapa com luva de veludo, pois o livro mostra que cristãos sofrem, choram, mas possuem um conforto e um propósito eternos. Dor alguma ou perda alguma podem se sobrepor à grandiosa e amorosa presença de DEUS.
22 de julho de 2010

"Comum" vivia da "Terra do Familiar" e ia pro seu "Trabalho Usual"



Animado com a leitura do livro "A ressurreição de Cristo", fui na livraria e comprei três romances. (fiquei impressionado com a pouca quantidade de oferta de romances cristãos)

O primeiro que acabei de ler é esse livro "O Doador de Sonhos" de Bruce Wilkinson (o mesmo autor daquele livro "A oração de Jabez").

Me decepcionei de início porque pensava que era um romance mesmo...uma história de verdade...e não é! o Autor tentou dar uma de Bunyan e imitou "O Peregrino", contando a história de um homem que se chamava Comum e vivia da Terra do Familiar e ia pro seu Trabalho Usual...deu pra pegar esse estilo de parábola?

Mas a segunda parte do livro mostra o Autor aplicando os ensinamentos contidos na parábola, escrito como se o Autor estivesse conversando com o leitor numa sala de aconselhamento, e isso foi interessante.

Ele trata de perguntas como: "Moisés recebeu seu chamado/sonho através de uma sarça ardente...e eu com 30 anos, que não vivi essa experiência, como posso ter certeza do meu chamado/sonho?" ou "Como convencer meus pais ou esposa da importância do meu sonho/chamado quando eles se opõem?".

Eu penso que todos nós passamos por essas fases, com as mesmas perguntas.
19 de julho de 2010

"O contador de histórias, como um mágico, faz aparecer o inexistente, e nos convence que aquilo existe."



Ainda por conta do curso de contação de histórias, li esse livro, da Cléo Busatto, que é muito bom para iniciantes, como eu.

Resolvi transcrever a introdução dele, que é muito interessante:


O manifesto do contador de histórias

O contador de histórias cria imagens no ar materializando o verbo e transformando-se ele próprio nesta matéria fluída que é a palavra.
O contador de histórias empresta seu corpo, sua voz e seus afetos ao texto que ele narra, e o texto deixa de ser signo para se tornar significado.
O contador de histórias nos faz sonhar por que ele consegue parar o tempo nos apresentando um outro tempo.
O contador de histórias, como um mágico, faz aparecer o inexistente, e nos convence que aquilo existe.
O contador de histórias atua muito próximo da essência, e essência vem a ser tudo aquilo que não se aprende, aquilo que é por si só.
Contar histórias é uma arte, uma arte rara, pois sua matéria-prima é o imaterial, e o contador de histórias um artista que tece os fios invisíveis desta teia que é o contar.
A arte de contar histórias traz o contorno, a forma. Reatualiza a memória e nos conecta com algo que se perdeu nas brumas do tempo.
A arte de contar histórias nos liga ao indizível e traz resposta às nossas inquietações.
Contar histórias é uma arte por que traz significações ao propor um diálogo entre as diferentes dimensões do ser.
Contar histórias expressa e corporifica o simbólico, tornando-se a mais pura expressão do ser.
14 de julho de 2010

...a primeira coisa que faria seria parar. Depois, pensar e, finalmente, agir.


Paula e eu decidimos fazer juntos um curso de contação de histórias. Essa decisão foi tomada porque gostamos de ouvir e contar histórias um para o outro e para os nossos filhos; porque eu vivo de contar histórias; porque o curso em si mesmo seria uma boa ferramenta de autodesenvolvimento; e porque era algo que poderíamos fazer juntos, como casal.

Dura nove meses e é realizado pela Fundação Gilberto Freire/Grupo Zumbaiar. Estamos no quinto mês e adorando.

Como "prazer de casa", a gente tem que ler algumas coisas e entre elas eu peguei pra ler esse livro do Ilan Brenman, que contêm vários contos africanos, asiáticos etc. Me deparei com essa lenda, que transcrevo para vocês.

O Imperador e a águia
(lenda asiática)


Há mais de 800 anos, existiu um grande Imperador chamado Gêngis Khan. Seu poder e inteligência eram conhecidos por muitos que viviam naquela época; seus territórios estendiam-se por centenas de quilômetros.

Quando não estavam guerreando, o Imperador adorava ficar no seu suntuoso castelo. Seu passatempo preferido era caçar com sua águia, um animal muito bonito, pelo qual tinha uma grande afeição.

Certa manhã de verão, o Imperador decidiu que queria caçar; convocou os amigos, os escravos e, apenas com um assobio, chamou sua águia. Ela logo posou em seu braço.

Quando se encaminhavam ao campo da caçada, o Imperador movimentou lentamente o braço. A águia reagiu imediatamente levantando vôo; planou por alguns instantes no ar e, como uma flecha, deu um rasante em direção ao chão. Um pequenino coelho tinha sido capturado.

Gêngis Khan ficou o dia todo caçando. No final da tarde, decidiu que queria voltar sozinho para o seu castelo; gostaria de refletir um pouco sobre sua vida, sua família e sobre a próxima guerra. Dispensou os amigos, os escravos. A águia, como lendo o seu pensamento, levantou vôo e foi embora.

O Imperador andava devagar; refletia sobre diversos assuntos. Depois de uma hora caminhando, percebeu que havia esquecido o cantil com água. E sem água, naquele verão era morte na certa.

O grande soberano conhecia, como a palma de sua mão, a região em que estava. Procurou rios, secos. Procurou lagos, secos. Desesperado começou a correr. Avistou uma rocha da qual deslizava um líquido; só podia ser água.

Morrendo de sede, pegou seu copo, aproximou-se da rocha e esperou que ele enchesse. A água caía gota a gota.

Quando o copo estava praticamente cheio, trouxe à sua boca. De repente, sua águia apareceu do nada, e com muita rapidez derrubou o copo no chão.

Gêngis Khan não estava compreendendo o que a sua águia estava fazendo: dava voltas no céu, gritando sem parar.

Ele recolheu seu copo, aproximou-se novamente da rocha e, depois de um bom tempo conseguiu enchê-lo novamente. E, pela segunda vez, a águia apareceu e derrubou o copo.

Gêngis Khan ficou furioso, olhou pro céu e gritou:

–Da próxima vez, eu a mato, juro!

O Imperador tomado pelo ódio, recolheu o copo com uma das mãos; com a outra, segurou o punhal. Aproximou-se da rocha. Poucas gotas caíram agora; conseguiu enchê-lo apenas pela metade. E, pela terceira vez, a águia deu um rasante e, mais veloz que uma flecha, derrubou novamente o copo. Mas desta vez, tão rápida quanto a ave, a mão do Imperador conseguiu agarrá-la no ar, apertando seu pescoço. Sem pensar duas vezes, cravou seu punhal no peito do animal.

Gêngis Khan jogou a águia no chão. Do coração do animal, o sangue jorrava sem parar.

– Eu avisei! Eu avisei! – Gritava o Imperador.

A sede que estava insuportável fez o Imperador voltar-se para a rocha. Nenhuma gota mais caía. Ele, então, teve uma idéia: talvez a água viesse do topo.

Escalou a rocha, chegou ao topo e viu que tinha razão. Havia uma poça de água muito cristalina lá em cima. Ao olhar atentamente para o fundo da poça, Gêngis Khan viu, espantado, uma cobra venenosa morta; seu veneno mortal escorria rocha abaixo.

Uma tristeza gigantesca apoderou-se da alma de Gêngis Khan. Ele tinha acabado de matar seu querido animal, e esse animal tinha acabado de salvar a sua vida.

Com os olhos cheios de lágrimas, o Imperador desceu a rocha, enterrou sua águia e tirou uma conclusão de todo esse acontecimento: toda vez que ele tivesse novamente raiva na vida, a primeira coisa que faria seria parar. Depois, pensar e, finalmente, agir.
12 de julho de 2010

Um pragmático que deseja adquirir informação...



Eu confesso que tendo a ser muito pragmático, passando dos limites. Isso fez com que a minha paixão por leitura virasse compulsão por informação e aquisição de conhecimento.

Assim, normalmente prefiro ler livros que "acrescentem" algo pra mim e que me sejam "úteis" de maneira objetiva e pragmática. Livros de direito, administração de empresas, teologia, devocionais etc.

De uns tempos pra cá, li muito pouco romance etc...basta ver a minha lista dos mais recentes, postada aqui no blog...

Minha cunhada um dia me apresentou a um livro que ela me disse ter adorado. Meu irmão também leu e falou muito bem. Eu fiquei curioso e resolvi ler "A Ressurreição de Cristo", de OG Mandino. Mamãe tinha um exemplar antigo em casa (4ª edição, de 1980).

O livro apresenta a história de um escritor que perdeu a fé e tenta provar que a ressurreição de Cristo foi uma farsa. No entanto, o homem obstinado acaba embarcando em uma viagem espiritual que o leva à Jerusalém, seis anos após a crucificação. O que encontra ali o faz reformular seus conceitos.

Pra quem já leu bem os quatro Evangelhos e o livro de Atos esse romance é fantástico. O autor tem uma imaginação muito fértil que, aliada a uma pesquisa muito acurada, produziu uma estória que você não quer parar de ler.

Há no livro (lembrem-se que é um romance) umas teorias mirabolantes de que o Centurião que recebe pedro em casa lá depois de Pentecostes estava com Pilatos na época do julgamento de Jesus...que Marcos teria sido o primeiro a atestar a ressurreição...que um guarda da tumba teria se tornado jardineiro de Nicodemos...que o jovem rico seria filho de Nicodemos...e muitas outras coisas que realmente prendem a leitura.

Vale a pena. Havia esquecido de como é bom ler apenas por ler...um bom romance...adorei!